Moçambique

O Estado de Moçambique situa-se na costa oriental de África, entre os paralelos 10º 27’S e 26º 51′,5 S e entre o meridiano 30º 20′ E e o Oceano Índico.

Moçambique
Moçambique

As suas fronteiras têm um desenvolvimento total de 6930 km sendo 2600 km de costa e 4330 Km terrestres. É limitado a Norte pela Tanzania (ex-Tanganica), a leste pelo Oceano Índico, a oeste pelo Malawi (ex-Niassalândia), Zâmbia (ex-Rodésia do Norte), Zimbabwe (ex-Rodésia) e Suazilândia e a sudoeste pela África do Sul.

Área: @ 785.000 Km2, que incluem os 6952 Km2 correspondentes à área do Lago Niassa.

População

A população mocambicana esta estimada em cerca de 18 milhões de habitantes (1995).

As ultimas informações disponíveis dão uma população de cerca de 25 milhões de pessoas.

População mocambicana
População mocambicana

Taxa de crescimento da população – 5,8%. Taxa de nascimentos – 44,97/1000 h. Taxa de mortalidade infantil – 128,7/1000 nados vivos. Taxa de mortalidade – 16,33/1000 h. Esperança de vida da população – 48 anos (1994)

Capital: Maputo

Divisão Administrativa: 11 províncias – Cabo Delgado, Gaza, Inhambane, Manica, Maputo, Maputo cidade, Nampula, Niassa, Sofala, Tete e Zambézia.

Feriados nacionais: 25 de Junho – Dia da Independência. 30 de Novembro – Dia da Constituição

Língua Oficial: Português

Divisões etno-linguísticas: Não é fácil caracterizar Moçambique sob o ponto de vista linguístico. Foram identificadas 33 línguas diferentes, todas de origem bantu, de que destacam as seguintes: Tsonga, Ronga, Changane, Chope, Chitsua, Tonga e Bitonga (Sul do Save); Chitsua, Sena, Ndau e Shona (Manica e Sofala); Chuabo, Nianja e Macua (Zambézia); Nihungue, Sena e Nianja (Tete); Macua (Nampula); Macua, Maconde, Suaíli (Cabo Delgado); Macua, Suaíli, Ajaua e Nianja (Niassa).

Moeda: 1 Metical (Mt) = 100 centavos.

Religiões: Tradicionais (60%), Cristã (30%) e Muçulmana (10%)

Taxa de alfabetização : População total – 33%; Homens – 45%; Mulheres – 21% (1990)

Bandeira

A bandeira de Moçambique é constituída por 3 barras iguais dispostas horizontalmente, de cor verde (superior), preta e amarela, com um triângulo isósceles vermelho no lado esquerdo. A barra de cor negra é marginada de branco. No centro do triângulo encontra-se uma estrela de 5 pontas amarela, em cujo interior se cruzam uma espingarda e uma enxada sobre um livro branco aberto.

Bandeira mocambicana
Bandeira mocambicana

Interpretação das cores e símbolos da Bandeira: Vermelho: o sangue derramado pelo povo; Verde: riqueza do solo; Amarelo: riqueza do subsolo; Preto: identidade africana; Branco: a paz; Enxada: classe camponesa; Espingarda: luta armada; Estrela: socialismo e Livro : classe dos intelectuais. (Chehnaz, Moznet)

Origem da palavra Moçambique: Nos documentos históricos sobre Moçambique, consta que esta palavra parece ter tido origem num comerciante persa, que viveu e comercializou na costa oriental de África no século 14 ou 15.

Quando os portugueses chegaram à Ilha de Moçambique (em 1494/5), a uma pergunta deles, foram informados que aquelas terras pertenciam a Mossa Al Bique. A partir daí, passaram a chamar àquelas terras «terras de Moca Al Bique». Mais tarde, quando os Portugueses tomaram o controle das terras, continuaram a chamar-lhes Moçambique. (Aliamisse, Moznet)

Clima: Tropical a subtropical

Rios mais importantes: Rovuma, Lúrio, Zambeze (onde se localiza a barragem de Cahora Bassa), Save, Limpopo e Lugenda.

Orografia: No aspecto morfológico, o território de Moçambique pode dividir-se nas seguintes grandes zonas: litorânea (até 200 metros de altitude); planaltos médios (entre 200 e 600 metros); altiplanaltos (entre 600 e 1000 metros) e montanha (acima dos 1000 metros de altitude).

Destacam-se os Montes Libombos (Maputo), cujo ponto mais alto é o Monte M’Ponduíne com 801 metros. A Serra da Gorongosa (Manica e Sofala), com picos de altitudes de cerca de 1800 metros. Os Montes Namúli (Zambézia), cujo pico atinge os 2419 metros de altitude.

Utilização da terra: Terra arável (4%); Culturas permanentes (0%); Pastagens (56%); Florestas e Matas (20%); Outras (20%).

Economia

A agricultura ainda é o sector essencial da economia (50% do GDP). Ao lado da policultura de subsistência tradicional (milho, mandioca), existem as plantações (desenvolvidas durante a colonização portuguesa) que fornecem produtos destinados à exportação: algodão e outras fibras vegetais, cana- de-açúcar, castanha de caju, copra, sisal e chá.

O país possui importantes recursos minerais, tendo já sido explorados o carvão, bauxite, bismutite, tantalite, turmalinas, etc.

A indústria limitava-se até há uns anos atrás à transformação dos produtos agrícolas. Produtos alimentares, bebidas, produtos químicos (fertilizantes, sabões e tintas), derivados do petróleo, têxteis, tabaco, cimento e vidros.

Moçambique terminou 1996 com uma taxa de inflacção de 17%, a mais baixa dos últimos dez anos, e conseguiu duplicar o valor de exportações de 1986 para cá. Apesar de o ritmo do aumento dos preços ter abrandado, o rendimento per capita caiu.

O país mais pobre da África Austral começa a recuperar dos danos causados pela guerra civil, mas o crescimento económico não tem sido equilibrado: a vida nas cidades e na região Sul vai melhorando, enquanto as áreas rurais do Norte continuam marcadas pela destruição.

As importações em 1996 totalizaram 220,7 milhões de dólares. O produto de exportação mais valioso continua a ser o camarão (70,5 milhões de dólares), seguindo-se o algodão (28,5 milhões de dólares) e a castanha de caju (16,7 milhões de dólares).

História

Datam dentre os séculos X e XIII as primeiras notícias, relativas à região africana onde se situa o estado de Moçambique, trazidas para a Europa por mercadores muçulmanos. Só muito mais tarde, no século XV, ali chegou o primeiro português, Pêro da Covilhã, enviado do rei D.João II. Por ali passou também Vasco da Gama a caminho da Índia; em 1502 havia já uma feitoria portuguesa, instalada na ilha de Moçambique; em 1505, é fundada a feitoria e capitania de Sofala que é mandada fortificar pelo feitor Duarte Melo. Para além de uma pequena muralha para defesa dos armazéns da feitoria, é construído o forte de S.Gabriel, mais tarde transformada na fortaleza de S.Sebastião, feita com granito levado de Portugal. Ficou concluída em princípios do século XVII.

Em meados do século XVI, tem-se conhecimento da existência do Império de Monomotapa. Em 1561, os missionários portugueses converteram Monomotapa, mas a violenta reacção dos muçulmanos provocou uma expedição militar portuguesa (1569), que foi dizimada.

A partir daí a penetração portuguesa seria de tipo comercial, pois os conflitos interafricanos permitiram aos portugueses inserir-se no país através do sistema de concessões.

Em 1554, Lourenço Marques fundou a cidade que teria o seu nome. Entretanto, no começo do século XIX, o domínio português era ainda precário, e as pretensões inglesas avolumaram-se nas fronteiras meridionais.

Mais tarde, os alemães ocuparam a baía de Kionga. Aliás, os limites da colónia portuguesa só foram fixados em 1893; a crise político-financeira que grassou em Portugal na passagem do século permitiu até que as potências coloniais rivais chegassem a pensar numa partilha de Moçambique. Este, permaneceria português mas à custa de repetidos choques com a população local.

Ainda após a pacificação, o desenvolvimento económico do país beneficiou sobretudo os capitalistas ingleses e belgas.

Em 1952, Moçambique tornou-se uma província ultramarina de Portugal.

Quando, em 1961, o Tanganica ficou independente, uma sólida organização nacionalista implantou-se em Moçambique. A Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) de Eduardo Mondlane (1921-1969) iniciou as suas operações de guerrilha em 1964. A resistência portuguesa foi forte.

Em 1972, uma lei orgânica transformou a «província» de Moçambique em estado dotado de uma assembleia eleita: essa medida não interrompeu a guerra de libertação. Foi a mudança de regime em Lisboa, em Abril de 1974, que precipitou os acontecimentos.

Em 7 de Setembro, um acordo entre o estado Português e a Frelimo conduziu Moçambique até à independência em 25 de Junho de 1975.

Moçambique tornou-se então república popular, tendo como presidente o chefe da Frelimo, Samora Moisés Machel.

Filipe Nyusi é o actual presidente da República de Moçambique.

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